Partido dos Trabalhadores

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sábado, 4 de maio de 2024

SOCIEDADE CIVIL PRECISA BARRAR REFORMA ELEITORAL

 Mais uma "reforma" vem por aí. Agora é a reforma eleitoral ou o Novo Código Eleitoral.

Mas

 

 

Sociedade civil precisa barrar proposta de reforma eleitoral

Estamos novamente na iminência de outra reforma eleitoral, como tem acontecido a cada 2 anos. Esta iniciativa, ao menos, não teria validade para as eleições de 2024, devido à anterioridade de 1 ano prevista na Constituição. Porém, caso seja aprovada, modificará as regras do jogo para as disputas eleitorais de 2026, quando o Brasil irá às urnas para eleger presidente, governadores, 2 senadores por estado, deputados federais, distritais (DF) e estaduais.

O fato de o pleito deste ano não ser afetado, porém, não minimiza os riscos impostos à democracia em virtude das eventuais modificações no Código Eleitoral, estabelecido pela Lei 4.737, de 15 de julho de 1965. Esse realmente necessita ser reformado, mas não da forma proposta.

O que se nota é série de retrocessos que nos causam espanto, ainda mais pela forma como o Congresso Nacional deseja aprovar a matéria — PLP 112/21, da deputada Soraya Santos (PL-RJ) —, sem debates de fato. Não é sem motivo, portanto, que organizações da sociedade civil estão se manifestando e se articulando, tendo lançado nota de repúdio à proposta de reforma.

Por exemplo, o projeto prevê o fim das cotas para mulheres ou a sua relativização. Do mesmo modo, seria flexibilizado o uso de recursos destinados às candidaturas femininas, beneficiando, assim, políticos homens. Há também previsão de alterar em parte os efeitos da Lei da Ficha Limpa ao estabelecer prazo máximo de 8 anos para inelegibilidade.

Ademais, há propostas para reduzir a transparência na prestação de contas, dificultando punições àqueles que tiverem suas contas rejeitadas. O que se nota é série de retrocessos que nos causam espanto, ainda mais pela forma como desejam aprovar, sem debates. Fala-se ainda em apresentar proposta para acabar com a reeleição para o Executivo nos níveis federal, estadual e municipal e ampliar o mandato de senadores, que chegaria a 10 anos.

Trata-se, assim, de reforma total do sistema e do processo eleitoral e partidário, sem que ao menos sejam promovidos os debates necessários, especialmente considerando que vivemos em período tão conturbado politicamente, com ampla polarização e em pleno ano eleitoral.

Inicialmente, o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados sem passar por comissão especial, o que viola a praxe em projetos de tamanha envergadura.

Foi criado grupo de trabalho e os trâmites que seriam necessários em comissão foram abreviados pelo regime de urgência em que a matéria transcorreu, atropelando os devidos ritos legislativos. Por exemplo, a audiência pública acerca do projeto foi para inglês ver, sem o debate necessário para reforma tão importante.

A proposta chegou ao Senado em 16 de setembro de 2021, ainda durante a legislatura anterior, e lá permaneceu sem nenhuma movimentação até o mês passado, quando o relator Marcelo Castro (MDB-PI) apresentou relatório à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)1 para somente depois ser levado a plenário.

Todavia, tal como antes, não foram realizados os debates necessários para a tramitação e votação da reforma.

Será que é esta a vontade do povo soberano, aquele que efetivamente será alcançado por esta reforma? Será que, ao contrário, o eleitor não desejaria a redução de mandato e a limitação de reeleição no Legislativo, vedando a perpetuação dos mesmos políticos no poder que fazem de tudo para conservá-lo e, assim, limitando as chances de renovação das bancadas a cada 4 anos?

A sociedade civil deve preocupar-se com tudo isso, contribuindo para repensar o sistema político atual, que está desgastado. Paralelamente, os detentores de mandatos eletivos deveriam considerar a realização de consultas à população para legitimar quaisquer decisões acerca do sistema eleitoral.

Caso contrário, o risco de a reforma ser feita pelo establishment em causa própria aumenta, o que acabaria por aumentar o descrédito da população na política, nas instituições e, potencialmente, na própria legitimidade do regime democrático.

>Por Luciano Caparroz Pereira dos Santos - (*) Advogado e membro da Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político.

____________________

1 https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=9570167&ts=1713907771568&rendition_principal=S&disposition=inline

 

https://www.diap.org.br/index.php/noticias/artigos/91815-sociedade-civil-precisa-barrar-proposta-de-reforma-eleitoral

quarta-feira, 1 de maio de 2024

PARABÉNS, TRABALHADORAS E TRABALHADORES

 SÃO-SEBASTIÃOENSES!

 NESSE 1ºDE MAIO...

DIA MUNDIAL DO TRABALHO


Nessa data se rememora e se comemora o Dia Mundial do Trabalho.

Essa data faz cada um e uma de nós relembrar as muitas lutas que se transformaram em direitos trabalhistas, previdenciários e assistenciais.

Precisamos lembrar que, apesar da omissão ou do agir de muita gente, muita gente, mundo afora, deu a vida e derramou sangue por direitos das classes trabalhadoras.

Lembra-se que muitos direitos trabalhistas foram destruídos ou reduzidos por Temer e por Bolsonaro, e seus aliados, inclusive alagoanos e são-sebastiãoenses. 

Mas esses direitos estão sendo reconstruídos pelo governo petista e por seus aliados, inclusive alagoanos e são-sebastiãoenses.

Nesse 1º de maio, juntas - em ato unificado e em milhares de municípios - as classes trabalhadoras estão em atos e em lutas para ampliar e mesmo manter os direitos trabalhistas, previdenciários e assistenciais de cada pessoa trabalhadora.

Nessa mundial data, o PT vem até você reafirmar que apoia as lutas por vida digna e por mais e melhores direitos para todos e para todas.

O PT também relembra às classes trabalhadoras que é preciso votarem criticamente nas próximas eleições municipais, bem refletindo sobre a importância e as consequências, boas ou ruins, do nosso ato votar.

Um outro direito que somente veio depois de muitos anos de lutas, no Brasil e no mundo. As boas e as corretas informações comprovam isto.

Assim, nesse Dia Mundial do Trabalho, o Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores vem parabenizar a todas as classes trabalhadoras, e – especialmente – a você que está a lutar e a remar contra o desalento da destruição que as ações ou as omissões de cada pessoa provocam.

Parabéns, trabalhadoras e trabalhadores.

Assinado: a Diretoria do PT

domingo, 28 de abril de 2024

Campo Alegre - ARRECADAÇÃO MUNICIPAL E GASTOS POR FUNÇÕES


Na 2ªAtividade desse 3ºErma, ocorrida ontem, 27-04, fomos questionado sobre quanto foi a arrecadação total de 2023 do Município Campo Alegre e quanto somaram os gastos em saúde, educação e agricultura?

Respondendo à pergunta, pode-se informar que são de  R$229.635.098,04 a arrecadação total daquele Município em 2023.

Os gatos com a saúde foram no montante de R$43.252.113,02, e com a educação foram de R$92.438.038,26.

Na função Agricultura o gasto teria sido de apenas R$106.000,00. Muito pouco, diga-se. 

Esses montantes agora divulgados irão gerar muitas necessidades de explicações da gestão municipal e de vereadores e de vereadoras.

No entanto, esses montantes e valores são ainda provisórios, pois o prazo para a entrega da prestação de contas ao TCEAL vai até 30-04-2024.

Para piorar a situação, a administração municipal ainda não regularizou a sua situação no Siconfi, quanto à mencionada prestação de contas de 2023, que ainda está irregular.

As mais diversas entidades que existem no Município Campo Alegre devem divulgar as informações à população dali.

Os conselheiros e as conselheiras municipais das diversas políticas públicas também devem fazê-lo.

Os partidos políticos, inclusive o PT, daquele Município deverão dar explicações à população também.

sábado, 27 de abril de 2024

III ENCONTRO DOS PT’S DA REGIÃO METROPOLITANA DO AGRESTE

HOMENAGEIA JAMES FRANCISCO


O 3ºEncontro dos PeTês da RMA (Região Metropolitana do Agreste), que acontece em Arapiraca, na Uneal, sendo essa 3ªAtividade, na sala 51, em 27-04, Dias das Trabalhadoras Domésticas e também da Educação e da Sogra, nesse Abril Verde e também Abril Marrom para fomentar a prevenção e a posvenção, respectivamente, às vítimas de acidentes e de doenças do trabalho, e das causas que podem causar a cegueira.

A paridade de gênero é algo muito importante para o PT e para Petistas.

Nessa data, acontecerão 3 aulas temáticas sobre questões municipais:

>“Desigualdades Sociais”, com Clério Maya – às 08h45min;

>“Desigualdades Institucionais”, com Arimateia Carlos – às 10h30min;

>“Impactos Socioterritoriais e Percepções Simbólicas da Mineração”, com Juliana Alejandra Farias de Melo – às 13h30min.

O evento é aberto a todos e a todas, e gratuito, participe!

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Palmeira dos Índios2024 - ORIGENS DOS DINHEIROS MUNICIPAIS EM 2023

 E A PARTICIPÇÃO DO ESTADO E DA UNIÃO

A STN (Secretaria do Tesouro Nacional) divulgou a bruta arrecadação do exercício de 2023 do Município Palmeira dos Índios: R$351.352.174,46, sendo a líquida arrecadação: R$340.560.669,76. Desses montantes, R$340.280.669,76, de receitas correntes, e de R$280.000,00, de receitas de capital. 

Cada município tem 3 fontes de arrecadação: a do próprio município, a do Estado e a da União. Em razão do princípio tributário federativo da repartição das receitas tributárias, parte das arrecadações do Estado e da União vêm para todos os municípios.

Divisão que tem por objetivo combater as desigualdades socioeconômicas humanas, entre regiões, estados, Distrito Federal e municípios.

As origens dos dinheiros podem ser visualizadas na seguinte tabela: 

Receitas

Própria

Transferências

Estado

União

Correntes

60.437.126,98

279.843.542,78

36.300.373,71

243.543.169,07

340.280.669,76

60.437.126,98

279.843.542,78

36.300.373,71

243.543.169,07

(100%)

(17,76%)

(82,24%)

(10,67%)

(71,57%)

de Capital

00,00

280.000,00

00,00

280.000,00

340.560.669,76

60.437.126,98

280.123.542,78

36.300.373,71

243.823.169,07

(100%)

(17,75%)

(82,25%)

(10,66%)

(71,59%)

Eis em valores e em percentual o que o leitor ou a leitora percebe quanto cada ente federativo contribui com os dinheiros arrecadados por Arapiraca de receitas correntes ou de capital.

Ciente dos montantes acima, uma professora perguntou quanto foi o total do Fundeb e do FNDE? O FNDE repassou R$4.329.072,57

Pelo Fundeb vieram: R$83.146.054,72, sendo R$55.670.536,36, repassados pelo Estado e pelo próprio Município, e R$27.475.518,36, repassado pelo Governo Nacional, em forma de complementação do referido fundo.

Ela perguntou, ainda, se o Conselho Municipal do Fundeb e vereadores ou vereadoras “podem” divulgar isto para a sociedade?

Não só ‘podem’, devem!

Tanto o Conselho do Fundeb, composto por trabalhadoras e por trabalhadores da educação, como parlamentares têm obrigação de divulgar as referidas informações à população ou à ‘sociedade’ em geral.

Infelizmente, não o fazem. 

Mas nos lembremos que conselheiras(os) e vereadoras(es) são gente como a gente e como nós ficam omissos. 

Autores dizem que o “núcleo da pujança municipal” é o montante da renda própria. 

Isto é, as receitas arrecadadas pelo próprio município

Outros autores dizem que na análise da “pujança” ou riqueza municipal deve ser levar em consideração o montante da arrecadação total. Isto porque os dinheiros transferidos pelo Estado e pela União tornam-se recursos municipais, cuja divisão para utilização é decida pela administração, quando elabora os projetos de leis orçamentárias, e pela câmara municipal, quando vota e aprova cada um deles, transformando-os em leis orçamentárias.

Os dinheiros municipais eram para ser divididos com a participação da população, mas a grande maioria das gestões e das câmaras não cumpre as constituições e as leis, que impõem o orçamento participativo.

No entanto, a própria população e suas diversas lideranças devem e podem implementar o orçamento municipal participativo livre e apresentar as suas emendas legislativas de iniciativa popular.

Então, não há porque se omitir de agir e de participar e de efetivar uma melhor divisão dos dinheiros municipais.   

Enfim, vamos reunir forças e participar da construção ou elaboração, da análise, votação e aprovação, e do cumprimento ou execução das leis orçamentárias.

Assim, poderemos implementar uma gestão democrática e construir um município melhor para todos e todas nós.

Sem dúvida alguma, o que atualmente vivemos é resultado de nossas atitudes. De ações ou de omissões, eleitorais inclusive. E não só da própria corrupção, seja ela administrativa ou mesmo eleitoral.

Advertência: Este texto é semelhante ao de algum outro município, pois este Foccomal, dentro de suas precárias possibilidades, acompanha cerca de 30 municípios e elabora “Planilha da Origem Arrecadatória”, bastante semelhante a deste, acima.

Palestras e Oficinas: Este Foccomal, o PT e a Ongue têm realizado palestras e oficinas buscando esclarecer, promover e fomentar a construção de Orçamento Municipal Participativo Livre e a proposição de Emendas Legislativas Orçamentárias de Iniciativa Popular.

Quem se interessar, pode entrar em contato pelo Imeio abaixo ou pelo zap: (82)99971-2016


>Produção: Fórum de Controle de Contas Municipais em Alagoas (Foccomal)
Contatos - Imeio: fcopal@bol.com.br - Blogue: fcopal.blogspot.com
Redação: Paulo Bomfim – integrante do Foccomal
Data: 21-04-2024

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Arapiraca2024 - ORIGENS DOS DINHEIROS MUNICIPAIS EM 2023

E A PARTICIPÇÃO DO ESTADO E DA UNIÃO

A STN (Secretaria do Tesouro Nacional) divulgou a bruta arrecadação do exercício de 2023 do Município Arapiraca: R$1.066.996.104,29, sendo a líquida arrecadação: R$1.025.070.037,12

Desses montantes, R$1.003.948.566,93, de receitas correntes, e de R$21.121.470,19, de receitas de capital.  

A arrecadação teve um alto aumento, quando comparada com a de 2022, quando a arrecadação bruta foi de R$973.511.799,90.

Cada município tem 3 fontes de arrecadação: a do próprio município, a do Estado e a da União. 

Em razão do princípio tributário federativo da repartição das receitas tributárias, parte das arrecadações do Estado e da União vêm para todos os municípios. 

A divisão que tem por objetivo combater as desigualdades socioeconômicas humanas, entre regiões, estados, Distrito Federal e municípios.

As origens dos dinheiros podem ser visualizadas na seguinte tabela: 

Receitas

Própria

Transferências

Estado

União

Correntes

227.340.195,89

776.608.371,04

123.890.683,45

652.717.687,59

1.003.948.566,93

227.340.195,89

776.608.371,04

123.890.683,45

652.717.687,59

(100%)

(22,64%)

(77,36%)

(12,34%)

(65,02%)

de Capital

00,00

21.121.470,19

00,00

21.121.470,19

1.025.070.037,12

227.340.195,89

797.729.841,23

123.890.683,45

673.839.157,78

(100%)

(22,18%)

(77,82%)

(12,09%)

(65,73%)

Eis em valores e em percentual o que o leitor ou a leitora percebe quanto cada ente federativo contribui com os dinheiros arrecadados por Arapiraca de receitas correntes ou de capital.

Autores dizem que o “núcleo da pujança municipal” é o montante da renda própria. Isto é, as receitas arrecadadas pelo próprio município. 

Outros autores dizem que na análise da “pujança” ou riqueza municipal deve ser levar em consideração o montante da arrecadação total. 

Isto porque os dinheiros transferidos pelo Estado e pela União tornam-se recursos municipais, cuja divisão para utilização é decida pela administração, quando elabora os projetos de leis orçamentárias, e pela câmara municipal, quando vota e aprova cada um deles, transformando-os em leis orçamentárias.

Os dinheiros municipais eram para ser divididos com a participação da população, mas a grande maioria das gestões e das câmaras não cumpre as constituições e as leis, que impõem o orçamento participativo.

No entanto, a própria população e suas diversas lideranças devem e podem implementar o orçamento municipal participativo livre e apresentar as suas emendas legislativas de iniciativa popular. 

Então, não há porque se omitir de agir e de participar e de efetivar uma melhor divisão dos dinheiros municipais.   

Enfim, vamos reunir forças e participar da construção ou elaboração, da análise, votação e aprovação, e do cumprimento ou execução das leis orçamentárias. 

Assim, poderemos implementar uma gestão democrática e construir um município melhor para todos e todas nós.

Sem dúvida alguma, o que atualmente vivemos é resultado de nossas atitudes. De ações ou de omissões, eleitorais inclusive. E não só da própria corrupção, seja ela administrativa ou mesmo eleitoral.

Advertência: Este texto é semelhante ao de algum outro município, pois este Foccomal, dentro de suas precárias possibilidades, acompanha cerca de 30 municípios e elabora “Planilha da Origem Arrecadatória”, bastante semelhante a deste, acima.

Palestras e Oficinas: Este Foccomal, o PT e a Ongue têm realizado palestras e oficinas buscando esclarecer, promover e fomentar a construção de Orçamento Municipal Participativo Livre e a proposição de Emendas Legislativas Orçamentárias de Iniciativa Popular. 

Quem se interessar, pode entrar em contato pelo Imeio abaixo ou pelo zap: (82)99971-2016, sendo os eventos gratuitos.


>Produção: Fórum de Controle de Contas Municipais em Alagoas (Foccomal)
Contatos - Imeio: fcopal@bol.com.br - Blogue: fcopal.blogspot.com
Redação: Paulo Bomfim – integrante do Foccomal e Presidente do PT-SS
Data: 21-04-2024

quarta-feira, 24 de abril de 2024

NOTA SOBRE NOVO CÓDIGO ELEITORAL: MENOS MULHERES NA POLÍTICA?

Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político Organizações Parceiras

A Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político, formada por 140 movimentos sociais e organizações da sociedade civil, bem como parceiras que abaixo assinam esta nota, vem manifestar preocupação com o conteúdo do Novo Código Eleitoral, e demandar que os mecanismos de participação social previstos constitucionalmente sejam respeitados. O Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 112/2021 que institui o novo Código Eleitoral, cuja relatoria é do Senador Marcelo Castro (PP-PI), embora apresente alguns avanços, contém diversos retrocessos em relação à participação política de mulheres. 

É gravíssima a intencionalidade de acabar com a política de cotas para mulheres: em lugar da obrigatoriedade de 30% e 70% de candidaturas de cada “sexo” (sic), o relator propõe a reserva de 30%, e, em caso de os partidos não preencherem as vagas, as mesmas ficarão vazias. Na prática, sabemos que não há partidos com 70% de candidaturas femininas e 30% masculinas, e a obrigatoriedade é o único mecanismo existente para que as mulheres garantam sua participação política em processos eleitorais. Caso aprovado como está, teremos 100% de homens eleitos mesmo antes da eleição, pois os partidos poderão não apresentar candidaturas femininas.  Mais grave ainda é a expressão utilizada pelo relator, “candidaturas desnecessárias”, que só serviriam para cumprir a cota. Não está nítido no texto, ainda, como isso poderá impactar as candidaturas de pessoas negras e indígenas.

Outro problema identificado é relativo ao art. 181, que prevê: “Durante a convenção partidária, os dirigentes podem apresentar planejamento específico sobre as ações institucionais de apoio financeiro e político às mulheres selecionadas como candidatas”. A emenda n° 10 tentou alterar a redação para o termo “devem”, o que foi rejeitado pelo Senador Relator. Isso significa que fica a cargo dos partidos definir sobre o apoio financeiro, retirando a obrigatoriedade, legalizando uma prática recorrente dos partidos de não repassar os recursos do Fundo Partidário e Fundo Eleitoral às mulheres, o que se materializa nas posteriores Propostas de Emendas Constitucionais (PEC) visando anistiar os partidos quando descumprem a norma. Foi o que ocorreu recentemente com a apresentação da PEC 9/23, que gerou indignação da sociedade de modo geral que entendeu que a aprovação de tal proposta seria uma afronta aos poucos avanços no sentido de maior representatividade feminina nas casas legislativas. Acreditamos que, no sentido contrário, o novo Código Eleitoral deveria apresentar sanções efetivas aos partidos que descumprissem o repasse financeiro às mulheres, pessoas negras e indígenas. 

Nos indignamos com o fato lastimável de que o Congresso Nacional se submeta a interpretação fundamentalista e cientificamente equivocada ao ignorar o conceito de gênero, utilizando-se da palavra “sexo”, adotada como termo em todo o texto, para legislar sobre tema tão caro à democracia brasileira. O conceito de gênero é amplamente utilizado na literatura sobre desigualdades entre homens e mulheres, sendo inclusivo também no combate às violações de direitos humanos da população LGBTIAQP+, e está presente nos mais importantes tratados internacionais e standards de gestão de políticas públicas, a exemplo dos Orçamentos Sensíveis a Gênero, da ONU Mulheres (2013).

É preciso notar que as propostas em questão retrocedem em assuntos que já foram amplamente discutidos ao longo dos últimos anos e que consistiam em conquistas importantes para a ainda tão prejudicada participação das mulheres na política. A necessidade de reagir a esses ataques a um sistema político democrático faz com que percamos de vista a importância de avançar nas políticas que garantam uma maior e mais justa representação, não só de gênero, como também de raça. A nossa luta histórica é pela paridade de gênero e de raça.

Registramos que existem outros problemas no texto do PLP 112/23 relatado pelo Senador Marcelo Castro, como a retirada da sanção de abuso de poder no caso de fraude nas cotas femininas. O texto também permite que nas dobradinhas entre candidatas e candidatos ou nos casos em que a mulher seja vice do majoritário, os valores gastos sejam computados como da cota das mulheres o que distorce o cálculo da distribuição em prejuízo às mulheres, sem contar com diversos outros retrocessos que fragilizam a prestação de contas e a transparência relativizando a sanção, reduzem o prazo de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa, mantém as comissões provisórias, e vários outros pontos que só reforçam a necessidade de audiências públicas.

Grita fundo para nós a dubiedade que é tratado o enfrentamento do poder religioso nos processos eleitorais. “Igrejas”, com seu poder econômico, simbólico e midiático atuam abertamente nos processos eleitorais sem nenhum tipo de controle e responsabilização. Reafirmamos que o Estado é Laico e que esta prática além de distorcer o jogo democrático, pois é abusiva, fere o princípio da laicidade do Estado. 

Salientamos que todas essas modificações estão sendo feitas sem diálogo com a sociedade. O texto do relatório do senador Marcelo Castro tem 162 páginas que incidem em um Código Eleitoral com 898 artigos, e essa robustez implica em tempo para ser processada pela sociedade civil. O PLP foi estruturado sem a realização de sequer uma única consulta pública. Por esse motivo, e considerando que o poder no Brasil ainda é branco, masculino e heteronormativo, demandamos que o Senado Federal realize consultas públicas amplas e inclusivas o quanto antes, uma vez que a aprovação desse PLP 112/23, que tanto impactará a nossa democracia, sem a escuta de diversos setores da sociedade, consistirá em um verdadeiro golpe do Congresso Nacional contra as mulheres na política. 

https://reformapolitica.org.br/2024/04/22/nota-sobre-novo-codigo-eleitoral-menos-mulheres-na-politica-plataforma-dos-movimentos-sociais-por-outro-sistema-politico-organizacoes-parceiras/

Observando: que na 1ªAtividade do 2ºErma, em 2023, na Uneal, a Kilze tratou de parte dessas questões. Importantíssimas para todas e para todos, e não só para as mulheres.

Devemos, então, retornarmos à leitura da excelente aula da Kilze e entrarmos em contato com cada parlamentar para exigirmos audiências públicas para tratarmos do ora mencionado projeto de ‘Novo Código Eleitoral’, lembrando-nos que o atual Código Eleitoral data de 15 de julho de 1965.

Em verdade, essas “mudanças” ou “reformas” precisam muito do nosso cuidado. Pois os muitos retrocessos que querem aprovar ou mesmo aprovaram são tratados como algo positivo. Quando, em verdade, são sutis retiradas de direitos, no caso, direitos eleitorais, dentre outros.

Assim, assumirmos uma cidadania ativa é fundamental para contribuirmos sim, mas para mudanças positivas e de avanços sociais.